Deixemos o afeto nos entrelaçar
As correntes biológicas não são capazes de prender um sentimento que se desenvolve com o tempo, o amor. Por isso, a adoção é um gesto social de imensurável grandeza, que supera preconceitos e mitos para dar lugar ao afeto. De crianças a animais, praças e outros espaços públicos. É nas entrelinhas desse site que o leitor encontrará a disposição de seres humanos para um gesto verdadeiramente humanitário. É prazeroso saber que a sociedade brasileira, marcada pela predominância das famílias tradicionais e consanguíneas, está se curando, aos poucos, de uma visão superficial e deturpada sobre a adoção. Porém, nem tudo ainda são flores.
Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, foram 7.158 crianças aptas para adoção em 2016. Já o número de crianças e adolescentes nos abrigos a espera de um lar para chamar de seu, passa dos 5.500. Um dos percalços para diminuir esses números está no perfil idealizado pelas 38 mil pessoas interessadas em adotar, que desejam crianças de 0 a 3 anos, brancas e do sexo feminino. Com isso, apenas 1.226 crianças foram adotadas no Brasil em 2016. É diante desse cenário que o Laços de Afeto vem mostrar uma curva fora do caminho, através de histórias que serviram como um bálsamo para corações esperançosos.
Adotar é acolher como filho, assumir, tomar para si. Não só o seu semelhante, mas aquilo que nos cerca e que pode fazer a diferença por meio, apenas, do querer e do cuidado. E, assim, resumimos a prática que transforma realidades – cuidar. Em cada animal desemparado que passa a ter um lar, em lugares despercebidos que recebem novos significados para uma comunidade, na solidão das infâncias que esperam pelo zelo de um pai. Tudo se cura com o olhar atento de quem toma conta. É nessa corrente de afeto que se reverberam as atitudes que provocam sorrisos, pulsam forte o coração, fazem a vida ter uma cor diferente. A cada impulso de afeto, um laço se forma. Por isso, fazemos o convite: deixemo-nos entrelaçar.