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Adoções múltiplas: um ato de amor

Famílias compartilham suas histórias e experiências sobre a tradição de adotar, mostrando as dificuldades e vantagens vividas

O amor é percebido e demonstrado de diversas formas. Normalmente, ele pode vir de carona nas correntes sanguíneas que ligam famílias. Mas, as histórias mais interessantes são aquelas que a princípio não tem nenhuma conexão física, mostrando que amar está acima das características genéticas, carregadas por cada um. A adoção, por exemplo, é a prova que para construir uma família e tornar vidas mais felizes, basta amar.


Enquanto para muitos, a dificuldade em adotar uma criança é o motivo para desistir, há famílias que persistem e adotam não só uma, mas muitas crianças. São as adoções múltiplas, que apesar de serem casos raros, existem e beneficiam a todos os envolvidos.


Tornar-se mãe, é o sonho de muitas mulheres. Mas muitas vezes, devido às surpresas da vida, esse sonho não se realiza da forma habitual. A história de Joislene Custódia, 49, é moldada através de seu sonho de ser mãe, e da fé que sempre a manteve com esperança. Durante 11 anos, Joislene tentou engravidar, ia para médicos, fez tratamentos, mas não obteve sucesso. Após quase desistir de seu objetivo, ela vê na adoção a chance de ter a felicidade que sempre quis.


A princípio foi preciso convencer ao marido João Eucimar, de que adotar seria a solução. Eucimar, sensibilizado com a vontade da esposa e compartilhando do mesmo sentimento, não hesitou. Joislene ressalta que era muito triste imaginar que não poderia ter um filho para depositar todo o amor que ela tinha guardado. “Eu sei qual é a dor das mulheres que querem engravidar, e não conseguem. A gravidez em si, não é o problema, mas não ter um filho é o que mais dói”, afirma.


Hoje o casal já tem três filhas adotivas, Radasha de 12 anos, Sara, com seis anos, e a caçula, Ana Katarina, dois anos. Segundo Joislene, a maior realização de sua vida foi adotar, pois ela tem em mente que tornou não só sua vida e a de seu marido mais felizes, mas as das meninas também.


Assim como Joislene, Dilva Fernandes, também sonhava com a maternidade. Dilva adotou três filhos, para juntos construírem uma família e novas histórias. A primeira adoção ocorreu há 29 anos, quando uma menina ainda recém-nascida a encantou. A criança foi adotada e registrada, ela recebeu o nome de sua mãe, Dilva Fernandes. A segunda adoção foi a de Alfredo Fernandes, que ocorreu um ano após a primeira, quando ele também era recém-nascido.


A terceira adoção de Dilva aconteceu de forma diferente, mas com muito amor. Uma criança foi deixada na casa de seus pais e, sensibilizada, ela adota e cuida desta criança. Dilva acredita que todos os seus filhos foram presentes que Deus a enviou.


Muitas histórias surpreendentes existem por traz de cada caso de adoção, situações que o destino se encarrega de moldar desfechos incríveis. Como o caso de Layla Rocha e, sua mãe, Rita Maria Rocha. A ligação entre as duas vai além da maternidade, está na maneira como suas histórias são semelhantes.


Rita Maria, hoje com 52 anos, foi deixada na porta da casa de um casal, dentro de uma cestinha, quando era recém-nascida. Foi adotada e registrada, mas só descobriu sua história aos 19 anos, quando um parente distante a revelou. A princípio foi difícil para Rita aceitar sua adoção, mas hoje convive muito bem com a situação. O curioso de sua história, é que 31 anos depois, um fato semelhante aconteceu.


Quando Rita já estava casada e com três filhos, deixaram uma cestinha na porta de sua casa com uma menina também recém-nascida. Comovida com tamanha coincidência, ela decidiu enfrentar todas as dificuldades para ficar com a criança. Na época, Rita, além de superar seu problema com alcoolismo, precisou convencer o marido, que a princípio não concordava com a adoção. Alguns meses após o ocorrido, a criança já estava registrada, e recebeu o nome de Layla.


Layla Rocha, 21, estudante, revela que sempre soube de sua história e, admira sua mãe pela força de vontade. Para a jovem o que Rita fez por ela, foi a maior prova de amor possível. Layla chegou a conhecer sua mãe biológica para saber um pouco mais sobre os motivos que a fizeram deixá-la, mas as duas não mantém contato. A estudante ressalta que futuramente pretende seguir os passos de sua mãe e adotar também.

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