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Os salvadores de animais abandonados

Apaixonados por cães e gatos, há quem os intitule de “salva-vidas dos pets”. Essas pessoas dedicam a vida a resgatar os inocentes que estão desamparados

Em meio ao dia a dia, certos detalhes ficam de lado pela hierarquia de problemas a serem resolvidos. O crescente número de animais nas ruas é um exemplo de que poucas são as pessoas que se importam com situações como essa, que já se tornaram comuns. Estima-se que no Brasil, o número de animais domésticos abandonados era de mais de 30 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Fortaleza, são cerca de 30 mil cachorros e gatos em situação de abandono.

Diferente da maioria, quem se importa com o descaso une forças e muda a realidade de diversos bichos desamparados. A assistente de marketing Débora Amorim, 24, relata que, desde criança, foi apaixonada por animais. Tudo começou quando ela decidiu ser protetora e se tornou voluntária no Abrigo São Lázaro em 2010. Dona de duas cadelas e dois felinos, ela explica que, quando não está trabalhando, está nas redes sociais recebendo casos, procurando ajuda e lar para os resgatados. “Se não fosse meu trabalho eu faria isso 24 horas, sou alucinada”, declara.


Débora faz parte de um grupo de resgate, chamado “Fazemos a Diferença”. A página nas redes sociais já alcança 625 curtidas e é feita por amigos dispostos a ajudar os cães e gatos encontrados. Os participantes doam mensalmente uma quantia mínima de vinte reais para arcar com os custos médicos dos “pets”. Além da ajuda do grupo, são feitas vendas de produtos e campanhas na Internet de doação para pagar a assistência veterinária dos animais. Hoje, os bichos resgatados ficam em clínicas veterinárias que servem de lar temporário, pagas pelos envolvidos no projeto.


A criadora do abrigo Arca de Noé, Fernanda Paulino, 25, comenta que a iniciativa nasceu há sete anos, quando ela cuidava dos cachorros como lar temporário e viu a dificuldade de achar pessoas que queriam adotar. Os números de resgatados foram aumentando e hoje o espaço acolhe 74 cães e uma gata. Fernanda afirma que o projeto conta com um grupo de 70 pessoas que apoiam a causa e ajudam da forma que podem, seja financeiramente, doando ração, dando banho ou até mesmo com os produtos que ela vende em feirinhas. Os bazares feitos pelo abrigo são realizados no Lago Jacarey e na Praça da Messejana, com lucro totalmente voltado aos animais.


O Arca de Noé é uma iniciativa independente e sobrevive de doações de voluntários e apaixonados por bichos. O custo mensal do espaço quando não há casos de resgate é de sete mil reais. Esse valor pode subir para 10 mil ou 12 mil reais de acordo com o número de internações, cirurgias e remédios que forem necessários. Fora esses gastos, o abrigo está construindo instalações e um ambulatório para receber melhor os cachorros. As obras foram paradas por falta de recursos, a saída foi fazer uma “vaquinha” na Internet para arrecadar dinheiro.


A artesã e voluntária do Arca de Noé, Jaqueline Viana, 40, explica que o trabalho feito por eles é divulgado por redes sociais como Facebook, que conta com mais de 400 participantes, além dos inúmeros compartilhamentos em perfis pessoais e panfletagens. “Por incrível que pareça, quando a gente faz panfletagem, 50 pessoas querem abandonar e duas querem ajudar.” acrescenta a voluntária.


O processo de adoção é rigoroso. Primeiramente, o candidato passa por uma entrevista para saber se ele vai cuidar do animal como merece. Depois, é feita uma visita no ambiente onde o cachorro vai morar. Se aprovado, o dono deve enviar fotos e vídeos do cachorro periodicamente, para que seja acompanhado de perto o caso.


Cachorro perde pata e rabo após ser agredido

Lucky, é um cachorro sem raça definida, ou popularmente chamado de “vira-lata”. Ele foi mutilado na perna traseira, rabo e testículos, no dia 24 de maio deste ano, de maneira brutal. O caso foi muito compartilhado no Facebook e o cachorro foi levado ao Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Ceará (UECE), por um rapaz que se comoveu com a história. Após receber atendimento, a veterinária responsável pelas cirurgias realizadas na instituição disse que não poderia operar o animal, já que eles não recebiam dinheiro para o procedimento há cinco meses.


O Abrigo Arca de Noé recebeu o chamado e assumiu o resgate. Lucky foi levado ao Hospital Veterinário Univet. O cão responde bem, mas ainda se encontra em situação de saúde estável. A cirurgia do cachorro foi uma ação conjunta de doações ao abrigo que ainda se encontra em aberto, mas logo Lucky está disponível para adoção.

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