Família que adota unida permanece unida
Numa perspectiva de predestinação e união, membros de um mesmo grupo familiar fazem da adoção um simples ato de amor
É adotando que se recebe amor. A concretização dessa afirmação veio da família que une Isabel Angelim e Paulo André Gomes. Professor universitário, Gomes, que também tem uma irmã adotiva, Albaniza, afirma que, mesmo com um histórico familiar de parentes adotados, lembra que no começo tinha certo receio em adotar e hoje, tem plena convicção de que foi a decisão mais acertada na sua vida. "Trocaria tudo que conquistei pela Natalie", referindo-se à filha de 7 anos.
Já Isabel, que é tia de Paulo André, acredita que a família nasceu predestinada para uma missão. "As pessoas que idealizaram a Acalanto são os meus sobrinhos que começaram no Abrigo Sol Nascente como voluntários, até que resolvemos fazer mais”.
O resultado desta iniciativa foi a Acalanto Fortaleza, uma Organização Não Governamental que como objetivo, ajudar as crianças que se encontram à espera de adoção, como também orientar casais que procuram uma criança para constituir uma família.
A demonstração de entusiasmo de Paulo André é reforçada com uma afirmação categórica acerca da adoção. "Não é caridade. Adotar é um ato de amor. O que a Natalie nos proporciona é infinitamente superior ao amor que nós damos a ela. A Natalie foi adotada não por nós, mas por toda a família".
Isabel Angelim trabalha na área de recursos humanos da Assembleia Legislativa do Ceará e afirma que o advento da história com o João Pedro foi surpreendente. Ele foi deixado na porta da casa de Isabel e, por um simples gesto, sua história mudou: "Foi no olhar que me apaixonei, fiquei rendida por ele".
O filho de Isabel, João Pedro Angelim, 19 anos, é estudante de Nutrição e não faz cerimônia em elogiar a mãe: "Cada dia fico mais apaixonado, meu orgulho. Ela consegue ser mãe, ser minha amiga”.
Foi por intermédio da adoção de João Pedro que os sobrinhos de Isabel, que eram crianças, foram crescendo e vendo aquela relação de amor, o gosto pela causa: “Eles descobriram que há possibilidade de amar alguém fora do nosso grupo familiar, de se doar para alguém".
Um dos problemas no processo de adoção é o tempo que se demora para adotar. Paulo André, contudo, pondera: "Já houve uma evolução, porém, a estrutura precisa ser melhorada. Hoje existe uma vara especializada em adoção, algo que não tinha na época da Natalie". Já para Isabel, há um questionamento sobre o processo ser tão demorado: "Não entendo porque há tanta demora. Claro, que tem que ter um acompanhamento, mas se um casal apresenta condições de adoção não vejo para que tamanha morosidade".
Sobre as recomendações a quem deseja adotar, Isabel aconselha: "Se for adotar, pergunto ao casal se eles têm a certeza de que querem a adoção porque quando ele ou ela estiver em seus braços, não é adotado, mas é seu. Deve-se dar amor, mas também impor limite".
Para João Pedro, que também é voluntário na Acalanto, o fato de o grupo ajudar pessoas e adotar uma criança é muito realizador: “É muito gratificante ver que um grupo de 10 pessoas na família que se reunia na casa da minha avó lendo o Estatuto da Criança e do Adolescente e hoje lotando o auditório da assembleia uma vez por mês com pessoas novas com o interesse em adotar”.
Isabel tem boas expectativas acerca do futuro da Acalanto. Além de fã incondicional, ela deseja que a ONG cresça o suficiente para abolir os abrigos por meio de uma política de conscientização na sociedade. “As mulheres precisam ter discernimento em relação a ter um filho e uma educação voltada para consciência”.
Serviço
Acalanto Fortaleza
Endereço: Rua Torres Câmara, 644, Sala 01 - Aldeota - Fortaleza – CE
Contato: (85) 98900.1390 e (85) 988291749
Site: www.acalantofortaleza.com.br